sexta-feira, 20 de abril de 2012

Reta final

Desde que comecei a escrever aqui no blog, tentei sempre escrever de uma forma positiva e otimista. Essa foi a forma como lidei com a doença desde o início. É claro que tive meus momentos de tristeza e angústia, mas foram poucos e não duraram muito. Sempre dava logo um jeito de sacudir a poeira, focar nas coisas boas e retomar o otimismo.
Estou na reta final do tratamento. Faltam apenas 2 sessões de quimioterapia. Como eu havia previsto, 1 ano passou rápido. Quando olho para trás e vejo tudo que passei, vejo que sou realmente uma vitoriosa, uma pessoa com muita força e abençoada. O problema não é essa visão "macro" do problema.
A partir da 12ª sessão de quimioterapia, que foi no final de janeiro desse ano, comecei a ter intercorrências frequentes entre uma sessão e outra, quase sempre precisando de internação, devido a medula óssea não estar conseguindo se recuperar. Fiz, na semana passada, a 16ª sessão. Passados os 4 dias de mal estar, tudo parecia voltar ao normal. Até que tive que internar de urgência novamente, há 4 dias. A medula óssea realmente estava pedindo "arrego". Dessa vez, todas as células ficaram baixas. Fiz transfusão de plaquetas e de hemácias e comecei antibiótico, porque tive febre e não tinha praticamente imunidade nenhuma. (Leia-se 9.000 plaquetas, hemoglobina de 7, e 200 neutrófilos).
Estou me sentindo bem. Talvez essa seja a pior parte: ficar internada quando não há sintomas. Dá uma sensação de maçã bichada: linda por fora e podre por dentro... rs. Achei que fosse para casa hoje, mas os médicos frustraram meus planos. Amanhã repetirei os exames de controle para saber se já posso voltar ao mundo normal e ir pra casa.
Ter as expectativas frustadas ou algo sair do planejado parecem ser os problemas numa visão "micro". Talvez eu tenha dificuldade de lidar com isso. O fato é que me deparei agora no início da noite com uma crise de choro sem fim, culminando em um desabafo no Facebook. A única forma de me acalmar que me veio à cabeça foi escrever. Está funcionando: pelo menos as lágrimas secaram.
Acho que vou conseguir voltar ao meu normal: sacudir a poeira e focar nas coisas boas. É mesmo! Tem muita coisa boa: ainda tenho a semana que vem inteira para fazer tudo o que eu quiser antes da próxima sessão. Faltam só 2! depois é correr pro abraço!

Um comentário:

  1. Querida, perfeitamente compreensível seu desafabafo. Um abraço apertado. Muitas vezes, chorar lava a alma e é necessário. Torcendo por você.

    Abraço,
    Flávia do Iglu (prima da Flavinha)

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