sábado, 12 de maio de 2012

Hoje é meu aniversário


O dia do aniversário é um bom momento para fazer uma reflexão sobre o ano que passou e o que está por vir. Refletir sobre a vida em geral. Esse foi um ano de muitas mudanças e já há alguns dias venho fazendo um balanço de tudo de bom e de ruim que aconteceu comigo ao longo dos meus 36 anos.
Exatamente no dia 2 de maio completei 1 ano do início do meu tratamento. Quem diria que, em 1 ano, eu teria vivido tantas coisas e tomado tantas decisões importantes. Como eu havia previsto, um ano passou rápido, mas deixou marcas que irão durar para sempre.
Amanheci o dia agradecendo a Deus por estar viva. Essa é uma das principais mudanças que ocorreram comigo. Acreditar em Deus de uma forma tão intensa que é impossível descrever e dar graças a Ele por todas as coisas, principalmente pelo dom da vida. Não esqueço de forma alguma dos médicos e de toda equipe de saúde que cuidou e ainda cuida de mim com tanta dedicação. A eles, também devo minha vida e sei que foi a providência divina que me colocou nas mãos dessa equipe maravilhosa (lembram  que eu nem sabia quem procurar para uma primeira avaliação?).
Outra mudança gritante foi a minha atitude em relação aos acontecimentos cotidianos. A minha vida era uma alternância de momentos alegres e momentos tristes. Vocês devem estar pensando: até aí, o que tem de diferente? Ninguém é completamente alegre nem completamente triste. Porém, acho que eu sempre tive uma tendência a valorizar demais as coisas ruins, por vezes até me fazer de coitada. A sensação que eu tenho é que agora eu vivo intensa e constantemente feliz. Eventualmente, quando alguma coisa triste acontece, como eu estar passando muito mal, ou ser internada de urgência por alguma intercorrência, eu penso que vai acabar logo e mudo o foco para as coisas boas. Ou seja, meus momentos tristes são permeados por momentos alegres.
Passei a valorizar a minha qualidade de vida. Sei que é fácil falar assim quando não estou no meio da correria de trabalho, já que estou de licença há 1 ano.  Mas exatamente por ter experimentado essa sensação, não quero deixar que ela se acabe nunca mais. Entendo por qualidade de vida cuidar do corpo e da alma.  Algumas coisas ainda estão no status “planos”, como por exemplo, atividade física. Afinal, o cansaço e as internações freqüentes ainda não me permitiram levar essa atividade ao status “ação”. Mas eu tive uma pequena amostra da sensação quando comecei as sessões de hidroginástica no SARAH. E a lista de atividades não é muito grande, ou seja, não é preciso muita coisa para se ter qualidade de vida.
Dentro dessa mesma lógica da qualidade de vida e da valorização do que é realmente importante na vida, coloco as relações interpessoais. Não tenho palavras para descrever o carinho de familiares e amigos durante todo esse período. Tem uma imagem dessas de Facebook que diz: “Quer saber quantos amigos você tem dê uma festa. Quer saber quantos são verdadeiros fique doente.”. Pois eu posso dizer que o número é praticamente o mesmo e que sou realmente abençoada por ter tantas pessoas especiais na minha vida. Quisera eu conseguir dar uma festa convidando todos eles.
Nem só de coisas boas foi recheado o meu ano. Como eu falei no início, o balanço era de coisa boa e coisa ruim. Eu passei muito mal, tive muitos efeitos colaterais bem ruins, fiquei internada muitas vezes além do planejado, tive de ficar em isolamento de contato (sem poder receber beijos e abraços, inclusive hoje, no dia do meu aniversário). Eu perdi muita coisa. Perdi o cabelo, os movimentos do ombro, a carteira de motorista, um financiamento imobiliário, festas e confraternizações, viagens, idas a restaurantes japonês, peruano e mexicano... Se não tivesse ficado doente, essa hora estaria morando no meu tão sonhado apartamento, brincando de casinha, rsrs. Algumas dessas coisas são permanentes, outras temporárias (a grande maioria, graça a Deus). Mas isso não importa, pois são essas coisas que nos fortalecem. E como diz o ditado: “Quando Deus tira algo de você, ele não está punindo-o, mas apenas abrindo suas mãos para receber algo melhor”. Então, só posso ficar feliz, mesmo com as coisas tristes.
Como isso é um balanço, na minha balança imaginária, coloquei as 4 coisas que relacionei na lista de coisas boas e as 12 coisas da lista de coisas ruins. Para que lado vocês acham que a balança pendeu? Com certeza, para o lado das coisas boas. O que importa é a qualidade e não a quantidade. O peso das coisas positivas é muito maior que das negativas. E maior ainda é o aprendizado e a vontade de viver cada momento nessa perspectiva nova. Um ano novo se inicia hoje e meus 37 anos prometem! Tenho muitos planos e uma certeza:  eu sou muito feliz!

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