A última publicação do blog foi exatamente há 1 ano, quando eu fiz um balanço por ter completado 1 ano da cirurgia de ressecção do câncer. De lá para cá, muitas coisas aconteceram e aos poucos vou contando por aqui. Tive muita vontade de voltar a escrever durante esse tempo, mas acho que faltava inspiração. Muitas idéias e pouco foco.
Mais uma vez, a motivação de escrever veio do tratamento com quimioterapia. Eu achava estar livre dela desde maio do ano passado. Nos exames de revisão que faço a cada 3 meses, apareceram nódulos nos 2 pulmões. A conduta inicial foi esperar 45 dias para ver o que acontecia. (Eu já tive outros nódulos antes que desapareceram, pois poderia ser apenas processo inflamatório decorrente da própria quimioterapia). Dessa vez, não só não desapareceram, como aumentaram. Tive, então, que fazer uma cirurgia no pulmão direito para retirar o nódulo e mandar para biópsia.
O laudo da biópsia confirmava que se tratava de metástase e que havia câncer ao redor do nódulo (êmbolos metastáticos) e espalhado também pela pleura (membrana que recobre o pulmão). De pronto, novo tratamento foi proposto pela equipe do Hospital Sarah, onde continuo depositando toda minha confiança. Voltar a fazer quimioterapia e repetir os exames após 3 ciclos. A depender da resposta, propor o transplante de medula e finalizar com radioterapia. Não é nada fácil ouvir essa notícia, ainda mais sabendo que as chances são de 20 a 30% de cura.
Enquanto esperava passar os tais 45 dias, estava confiante de que seria somente mais um processo inflamatório, mas que se não fosse, eu não iria tratar. Não voltaria a passar pelo sofrimento da quimio novamente. No entanto, quando o diagnóstico foi confirmado, alguma força lá de dentro me fez decidir que a única opção era voltar a tratar. Diante do médico e chorando, pensei "Melhor sofrer tentando, do que sofrer por não tentar".
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