sábado, 12 de outubro de 2013

Alergia a esparadrapo

Desde que comecei a quimioterapia, foi implantado um cateter de longa permanência (Porthocath), por onde recebo a infusão da medicação a cada sessão. O cateter é puncionado com uma agulha especial, que é fixada com um curativo. Quanto mais tempo o cateter ficar puncionado, maior o contato com o esparadrapo (qualquer que seja ele). Aí está o problema para quem tem alergia como eu. Lá no Hospital Sarah, há disponível vários tipos de fita (Micropore, Mefix, Tegaderm) e eu já testei todos. Com o Tegaderm, a pele ficou tão queimada que chegou a formar bolhas. O que dá menos alergia é o Micropre mesmo. Apesar de ele soltar com mais facilidade e precisar refazer o curativo ao longo da internação, e também de deixar muita cola na pele, sempre peço para colocarem o bom e velho Micropore.
Já testei várias coisas para tirar a cola que fica na pele. No início, nem tirava porque a pele ficava tão sensível e dolorida que preferia deixar. O que acontece é que essa goma vai colando nas roupas e, pior ainda, o pelo da roupa vai grudando na goma e ela vai ficando preta, e você ficando com cara de suja (risos). De todas as estratégias, a melhor que achei até agora é passar uma camada generosa de Bepantol em toda área com cola, deixar por alguns minutos e depois retirar no banho, com água morna, ou até mesmo com um algodão molhado. Sai tudo mesmo! Além do mais, o Bepantol já vai recuperando a pele sensível.




PS- Estou usando agora o Bepantol Baby mesmo. A fórmula do Baby e do Derma são exatamente iguais exceto pela Lanolina. Segundo a representante do próprio laboratório Bayer, a diferença da lanolina muda apenas a textura entre os dois, deixando o Derma mais transparente e mais fino.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Curiosidade sobre o Docetaxel

No dia 23/09, internei para a segunda semana do novo esquema (Gemcitabina e Docetaxel). Graças a Deus, meu sangue estava bom e não precisei atrasar novamente.
Essa medicação requer alguns cuidados especiais para a infusão. Toda quimioterapia precisa de medicamentos pré-infusão, como a Dexametasona e Ondansetrona. Para essa, precisa de Ranitidina e Dexclorfeniramina e a Dexametasona começa desde o dia anterior da QT, porque tem muito risco de alergia. Mas o cuidado pré que achei mais interessante foi o gelo aplicado nas mãos e pés, para diminuir a circulação nessas regiões e evitar que chegue muita quimioterapia ali. O gelo começa 15 minutos antes, fica durante toda infusão e ainda por mais 45 minutos depois que acaba. Ou seja, 1 hora e 30 minutos de dedinhos congelados. Ainda bem que está fazendo um calor de rachar aqui em Brasília e refrescar um pouquinho cai bem.


Conversei com o médico sobre a indicação desse resfriamento, ele disse que o Docetaxel tem efeito grande na pele e unhas, tornando-as frágeis, quebradiças, com risco de cair e desenvolver micoses. Desde que eles começaram a usar esse procedimento, os efeitos reduziram bastante. Vou acompanhar os resultados nas minhas próprias unhas. Essa foto está terrível, as unhas horrorosas, porque é assim que elas ficam quando o sangue está ruim, não faço nenhum cuidado a não ser hidratar (às vezes, lixo para reduzir o tamanho se começam a ficar compridas demais).




Aproveitei para fazer uma pesquisa sobre esse "tratamento". A medida que eu for acompanhando os resultados, vou registrando o que achei na literatura sobre o assunto.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Novidades no tratamento

Como escrevi no post anterior, iria pegar o resultado da Tomografia de Tórax, e foi bem animador porque o nódulo do pulmão esquerdo reduziu bastante de tamanho. É sinal de que a quimioterapia está funcionando. A parte ruim é que essa quimioterapia (Ethoposide e Carboplatina) precisou ser trocada, porque os efeitos colaterais estavam fortes mesmo com redução de dose. Mielotoxicidade é muito indesejável para quem está com um Transplante de Medula na programação terapêutica.
No dia 12/09, comecei novo esquema (Gemcitabina e Docetaxel), com alternância da infusão de 1 semana depois 2 semanas. Na primeira, só Gemcitabina. Intervalo de 1 semana. Na segunda, Gemcitabina e Docetaxel. Intervalo de 2 semanas. Reinicia o ciclo. Já tive que atrasar a segunda semana, porque as plaquetas caíram de novo, mas nada comparado com os valores anteriores e nem precisei ficar de repouso. Pelo contrário, a recomendação médica foi: "vai passear"!
Por falar em "vai passear", comecei outro tratamento, há 10 dias, para a ansiedade e "baixo astral". Fui à Psiquiatra e iniciei medicação (Sertralina). Acho que os primeiros efeitos já começaram a aparecer, pois consegui seguir a recomendação de sair de casa e me divertir. Reencontreei amigas para um café 2 dias seguidos e fui ao cinema com minha prima.
Essa semana tem aula da pós-graduação, o que também me deixa bastante animada. Mas esse é um tema para outro post. Vou fazer outro post também sobre uma "curiosidade" da infusão do Docetaxel.

sábado, 14 de setembro de 2013

Sobrancelhas e cílios - 1ª avaliação

Após 1 mês da primeira foto, é visível a diminuição dos cílios e da sobrancelha. Não sei se estariam ainda mais falhos se não estivesse usando o produto da Dermage.  Com maquiagem, ainda dá para disfarçar e criar algum volume nos pelos. É fato que não estou usando o produto tão rigorosamente como indicado (2 vezes ao dia), mas vou continuar usando e avaliando os resultados.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Fitas da Consciência




Quando se fala em câncer, em campanhas de conscientização e prevenção, o que se lembra de imediato é a fita cor de rosa do Câncer de Mama. Até o mês de outubro, quando há um grande número de atividades voltadas para o tema, é chamado de Outubro Rosa.
Mas você sabia que há uma cor indicativa para cada tipo de câncer diferente?








A minha cor de agora em diante é o AMARELO!

As Fitas da Consciência servem também para apoio a causas, a outras doenças que não o câncer.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Sobrancelhas e cílios

Foto sem qualquer maquiagem tirada em 15/08/2013
Da primeira vez que fiz quimioterapia, as sobrancelhas e cílios demoraram mais a cair que os cabelos da cabeça, mas também caíram. Dessa vez, resolvi usar esse produto da Dermage chamado "Eyelash Power" na tentativa de manter os fios por mais tempo, ou até mesmo para que eles não caiam completamente. Estou usando há 1 mês. Pena que não tirei a foto do início do tratamento, mas vai dar para acompanhar a evolução a partir daqui. Uma coisa eu já notei: parece que os fios estão mais flexíveis (hidratados?). Daqui 1 mês, fotografo novamente, para acompanhar os resultados .



O que o fabricante promete:

Com uma fórmula ainda mais potente que a de seu antecessor, a Dermage lança o novíssimo Eyelash Power, sérum fortalecedor que auxilia no crescimento dos cílios e sobrancelhas, realçando o olhar. A associação de peptídeos e pantenol ajuda na manutenção do processo de crescimento dos pelos de forma contínua, proporcionando cílios mais longos e volumosos. Sua fórmula, agora ainda mais potente, com fator de crescimento e GP4G (extrato com estudos equivalentes ao minoxidil) garante também maior ancoragem dos cílios, evitando a queda e deixando-os mais resistentes, estimula o crescimento e hidrata os fios, proporcionando maciez e aumento de volume. O produto ainda é livre de parabenos, é testado dermatologicamente e oftalmologicamente e não tem contraindicações nem requer prescrição médica para uso. 
Veja mais sobre o produto aqui.

Suco para imunidade

Há sempre quem dê uma receita que é boa para quem tem câncer. Essa eu recebi logo no início do meu primeiro tratamento. Fiz esse suco durante um bom tempo, depois enjoei. Agora que voltei a tratar, voltei a tomar diariamente. Para não enjoar, dessa vez, vou alternar com outras receitas que já estou descobrindo.




Bata no liquidificador:
- 1 folha de couve
- suco de 2 laranjas
- 1/2 banana
Acrescente gelo para ficar mais refrescante.






Tem também esse suco aqui que gosto muito e sempre tomo no Marietta. É de agrião com laranja e limão, adoçado com mel. Adaptei a receita pra fazer em casa e ficou bem parecido.

Bata no liquidificador:
- 1 "punhado" de folhas de agrião
- suco de 2 laranjas
- suco de 1/2 limão
- 1 colher de sopa de mel
Acrescente gelo para ficar mais refrescante.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Dia de raspar a cabeça

Os cabelos caíram muito rápido dessa vez, logo depois da primeira sessão de quimio. Em um final de semana, já estava com o cabelo super ralo e cheio de falhas. Como acho muito ruim sentir o cabelo caindo, me "pinincando, e ficar parecendo um "cachorro sarnento", resolvi passar a máquina de uma vez e ficar careca. A Enfermeira Ana Elisa, do Hospital Sarah, se ofereceu para resolver esse meu "problema" e gravamos tudo. Foi um momento de muita descontração e brincadeira. Assim, fica bem mais fácil! O vídeo não ficou lá essas coisas, porque eu mesma gravei com o celular, segurando com a mão esquerda, e a edição é pra lá de amadora (risos). O importante foi registrar esse momento e deixar guardado por aqui.


Rotina do tratamento

Estar de volta ao tratamento nem foi tão ruim assim. Um dos medicamento aplicados eu usei da outra vez, já o outro é novidade. Os ciclos serão então de apenas 2 drogas, mas divididos em 3 dias como da outra vez. Os efeitos também estão sendo diferentes. Quase não fico enjoada, tenho conseguido me alimentar no hospital e, quando volto para casa, fico uns 2 dias com apetite voraz. No 5º e 6º dia do ciclo, fico muito fraca, querendo só dormir. Passados esses dias, só o cansaço da anemia.

O que foi ruim mesmo é que a medula óssea (que produz as células do sangue) não está se recuperando no tempo que deveria. Estou ficando com pancitopenia todas as vezes. A cada nova quimio, os médicos optaram por reduzir a dose para tentar evitar esse efeito colateral, que pode ser bastante grave. Após a primeira sessão, minhas plaquetas chegaram a 5.000 e precisei fazer transfusão. Após a segunda, chegaram a 21.000, então, fiquei só de repouso em casa mesmo. Agora depois da terceira, a história se repetiu (com plaquetas, hemácias e leucócitos baixos) e fiquei de repouso novamente. Semana que vem pego o resultado da Tomografia de Tórax de reavaliação. Com tudo isso, tenho andado meio baixo astral. Espero que passe logo, porque não gosto de ficar assim. Eu não sou assim!

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Quimioterapia mais uma vez

A última publicação do blog foi exatamente há 1 ano, quando eu fiz um balanço por ter completado 1 ano da cirurgia de ressecção do câncer. De lá para cá, muitas coisas aconteceram e aos poucos vou contando por aqui. Tive muita vontade de voltar a escrever durante esse tempo, mas acho que faltava inspiração. Muitas idéias e pouco foco.
Mais uma vez, a motivação de escrever veio do tratamento com quimioterapia. Eu achava estar livre dela desde maio do ano passado. Nos exames de revisão que faço a cada 3 meses, apareceram nódulos nos 2 pulmões. A conduta inicial foi esperar 45 dias para ver o que acontecia. (Eu já tive outros nódulos antes que desapareceram, pois poderia ser apenas processo inflamatório decorrente da própria quimioterapia). Dessa vez, não só não desapareceram, como aumentaram. Tive, então, que fazer uma cirurgia no pulmão direito para retirar o nódulo e mandar para biópsia.
O laudo da biópsia confirmava que se tratava de metástase e que havia câncer ao redor do nódulo (êmbolos metastáticos) e espalhado também pela pleura (membrana que recobre o pulmão). De pronto, novo tratamento foi proposto pela equipe do Hospital Sarah, onde continuo depositando toda minha confiança. Voltar a fazer quimioterapia e repetir os exames após 3 ciclos. A depender da resposta, propor o transplante de medula e finalizar com radioterapia. Não é nada fácil ouvir essa notícia, ainda mais sabendo que as chances são de 20 a 30% de cura.
Enquanto esperava passar os tais 45 dias, estava confiante de que seria somente mais um processo inflamatório, mas que se não fosse, eu não iria tratar. Não voltaria a passar pelo sofrimento da quimio novamente. No entanto, quando o diagnóstico foi confirmado, alguma força lá de dentro me fez decidir que a única opção era voltar a tratar. Diante do médico e chorando, pensei "Melhor sofrer tentando, do que sofrer por não tentar".